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CÍRCULO DE GIZ             REVISTA MULTIDISCIPLINAR DE ARTES E HUMANIDADES            ISSN 2696-9020

Mirar para ver: visualidade, perspectiva e enquadramento na obra de Regina José Galindo

Tadeu Ribeiro Rodrigues

Resumo: Este artigo busca explorar relações entre as noções de visualidade, perspectiva e enquadramento na obra da artista guatemalteca Regina José Galindo. A partir de três trabalhos apresentados em 2017 na Documenta 14, em Kassel (Alemanha) e Atenas (Grécia), propusemos uma articulação teórica entre a instauração de um regime escópico hegemônico no Renascimento Italiano e a fundação de um dispositivo de visualidade que ratifica os discursos da colonialidade através do enquadramento dos corpos. Tal estrutura de olhar (e ser olhado) que fundamenta a modernidade europeia – denominada ora “perspectivismo cartesiano”, ora “perspectiva artificial” – opera como recorte de um plano de superfície sobre o qual, a partir de um ponto observador (que busca se naturalizar como neutro), o objeto/corpo é inscrito. Nesse sentido, a poética de Galindo tensiona as relações entre os países europeus ditos desenvolvidos e a América Latina a partir do comércio de armas de fogo, utilizando-se da mira de fuzis e tanques de guerra produzidos na Alemanha (e comercializados para economias periféricas) para refletir acerca da dinâmica predatória e da violência sistêmica que determina a cartografia pós-colonial.
Palavras-chave: visualidade; perspectiva; enquadramento; corpo.

Revista Círculo de Giz, n. 3, 2021.
 

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