top of page

CÍRCULO DE GIZ             REVISTA MULTIDISCIPLINAR DE ARTES E HUMANIDADES            ISSN 2696-9020

Ser poeta é dispor de uma voz

Diogo C. Nunes

Resumo: O artigo interroga a afirmativa de Eduardo Portella, ao prefaciar livro de Moacyr Félix, de que “ser poeta é dispor de uma voz”, buscando confrontar o problema da voz na sua relação com o sujeito da fala. Ao lançar a hipótese de que o poeta seja “lugar” para a fala, pretende acionar a dimensão política da voz em relação ao que não cabe em um dizer, ou que resiste a ele: a mudez, o silêncio, a infância. Percorrendo, ainda que introdutoriamente, o pensamento de Giorgio Agamben a respeito das relações entre voz, vocação e disposição, bem como entre o próprio, o impróprio e o comum, e acionando fragmentos poéticos de Moacyr Félix, o artigo encaminha a discussão sobre a política da voz na direção de afirmar que o dizer poético seja aquele que, em relação ao pathos (ou à desmedida) da linguagem, corresponde à condição existencial do humano como sendo a do abandono (na linguagem), ou da angústia.

Palavras-Chave: Voz; Vocação; Poesia; Moacyr Félix; Infância; Giorgio Agamben.

Revista Círculo de Giz, n. 2, 2020.
 
bottom of page