CÍRCULO DE GIZ REVISTA MULTIDISCIPLINAR DE ARTES E HUMANIDADES ISSN 2696-9020
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Pedro Claudio Cunca Bocayuva
Vivemos um ciclo social e ambientalmente regressista por força do "Estado Neoliberal", do fetichismo da mercadoria, da sociedade do espetáculo e dos simulacros, com acumulação da riqueza e do poder na sociedade em rede. Estamos diante da fragmentação e do desamparo com a dominação necropolítica.
Diogo C. Nunes
Como um ato-falho, sabemos que “o fascismo não passará”, independente de quem saia “vitorioso” na eleição presidencial. Como uma resposta genuína às violências do processo civilizatório, o fascismo se faz de adormecido, por vezes, mas não passa.
Pedro Claudio Cunca Bocayuva
Vivemos na distopia, com a troca de um horizonte de direitos por um reforço da ideia de segurança, na lógica de ações de guerra colonial e de extermínio. Este quadro paralisa a consciência crítica pela produção do discurso da vontade de destruição da diferença com a construção dos negacionismos.
Alexandre M. T. de Carvalho
Aquele falo inflável verde e amarelo na Pau-lista é a própria imagem do mal-estar na contemporaneidade. É a imagem limite do machismo, do racismo e do fascismo. É a imagem limite do patriarcado - e desmorona, esvazia, revela o que nada dentro tinha. O momento sublime é a sua brochada.
Marcelo Fonseca
O demonstrativo do filósofo não é como o da manchete de jornal. Chama a atenção para o acontecimento, que desvirtua a expectativa do olhar factual da historiografia noticiosa frente ao brotar daquilo que brota, como a água em um poço, na figura de uma coisa qualquer, de uma vitória sobre o nada (talvez uma ilusão, apenas).
Pedro Claudio Cunca Bocayuva
A destruição do laço social tem a fúria como uma epidemia subjetiva. Para superar o quadro das potências mórbidas, precisamos muito mais do que vacinas ou de distanciamento social.
Diogo C. Nunes
A música da manhã e a música do amanhã têm em comum o anúncio da primavera, aurora pendente no bico dos pássaros da comunidade que vem. Aprender a esperar e aprender a ouvir aquela música se correspondem, porque o que sopram em nossos ouvidos as Musas não é nada além de silêncio cantado.
Alexandre M. T. de Carvalho
Chico Buarque de Hollanda nos convida a ver o que se diz.
Mas, ver o que se diz, o que é isso? Ver o que se diz é ler o que se escreve? Ou será que o que se escreve não se diz? Vale o dito ou vale o escrito?
Alexandre M. T. de Carvalho
A única coisa que o conservador realmente conserva é a dor - a dor dos outros, é
claro.
Alexandre M. T. de Carvalho
A experiência da vertigem é a de um espaço sem tempo: é a experiência da des-orientação. O tempo é auditivo, exige “escuta” e comunicação pela palavra [linguagem-tempo].
Alexandre M. T. de Carvalho
O tempo implacável passa, impávido, para as nossas células. Passa, incólume, por entre as células. O tempo histórico do capital nos tritura, provoca percepções estranhas nas entranhas em que se apercebe o tempo, a passagem do tempo.
Diogo C. Nunes
“Tempos sombrios” são aqueles em que a desesperança se impõe e em que, exatamente por isso, a esperança, frágil e vacilante, deve ser conquistada – ou, nos termos de Ernst Bloch, “aprendida”.
Marcelo Fonseca
Nenhuma enunciação parte do zero. Para além do código, existem também, e desde muito cedo nesse processo, pressupostos de ordem estética e de saber, em sentido amplo, que orientam, como paradigmas, a enunciação em seu ato. Esses pressupostos são, em algum nível fundamental, atravessados pela “fé”.
Diogo C. Nunes
É ao menos curioso o vínculo que têm as palavras “professor” e “profeta”. De modos, a princípio, distintos, ambos “professam”, ou seja, toram algo público. Profiteri quer dizer, justamente, publicar. Mas, os verbos fateri, do professor, e phanai, do profeta, embora se aproximem, dizem respeito a ações distintas.
Marcelo Fonseca
O que vemos só nos olha na medida em que nos deixamos implicar lá naquilo que nos olha. No sentido dessa implicância, partilhamos o núcleo profundo do terror do paranoico: ser olhado por “aquilo”. O olho mau, o “mal de olhar”, o mel do olhar, incrustado naquilo que nos olha. Perguntamos: O que nos olha? O que é isto que nos olha?
Diogo C. Nunes
O tempo da infância não é exatamente “ilógico”, pois, nele, é a lógica que é impotente. Aión é, assim, a impotência da lógica, que ele, simplesmente, desconhece. Ele “brinca” por entre as proposições, desmentindo-as no interior da própria inferência.
Diogo C. Nunes
Diz-se que “aluno”, palavra derivada do latim “alumnus” (no plural, “alumni”), significa “sem luz”, pois o prefixo “a” seria negação de lumen, “luz”. Etimologicamente, trata-se de um equívoco.